A psicologia através de técnicas de intervenção, tem por objetivo fazer com o cliente navegue por sua mente a fim de compreender o que está por trás da consciência, consequentemente, entender emoções, pensamentos e comportamentos.
Negligenciar sentimentos, angustias, pensamentos automáticos, somadas de ações prejudiciais a vida, é um ato de irresponsabilidade emocional consigo. Ou seja, perceber os sintomas ou manifestações do mesmo e tentar mascarar de formas diversas, pode apenas aumentar a gravidade do problema que se esconde. É como se você tivesse uma ferida e ao invés de tratar corretamente, apenas cobre com bandagem.
A psicoterapia não vai fazer com que as pessoas passem a gerir a vida evitando conflitos, até porque se trata de uma tarefa quase impossível. As adversidades vão sempre existir. O que se busca é uma mudança pessoal, adquirindo habilidades de enfrentamento. Essa autodescoberta da pessoa capaz de conduzir sua vida de maneira saudável, vem associada ao amor-próprio e uma melhor qualidade de vida.
Nos tempos atuais, percebe-se uma sociedade onde ansiedade é pertinente a todas as pessoas, desde as mais pequenas até as com mais idade. A normalização vai até certo ponto, desde que não comprometa o cotidiano e apareça em situações desafiadoras específicas em tempos curtos. No entanto, quando sua durabilidade é persistente e limita suas vivências, relações e desempenhos, considera-se sinal de alerta para buscar ajuda o quanto antes.
Para além da ansiedade, existem diversas patologias, conforme está descrito no Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, DSM V. Dentre as mais comuns da atualidade na minha prática enquanto profissional, depressão, estresse pós-traumático, ansiedade generalizada, transtorno de personalidade, entre outras, tem sido as que mais se fazem presente.
As razões pelas quais se manifestam as patologias podem ser por questões hereditárias ou em detrimento de acontecimentos externos, muitas vezes incontroláveis. Pessoas expostas a eventos externos e propensas a desencadear distúrbios, inicia-se a partir de um sintoma. Ao ignorar os sinais de alerta que seu corpo emite, está abrindo portas para os traumas se instalarem e evoluir para um quadro patológico.
Portanto, evitar olhar para dentro de si, é um ato de autossabotagem, possibilitando lacunas para proliferação de mazelas psíquicas. Como perceber que está se autossabotando? Nos autossabotamos, quando diante de vivências dolorosas, já sabemos a resposta, mas buscamos justificativas para o que está visível.
Um exemplo claro, é em situação de violência doméstica, com a crença e esperança que não acontecerá mais. Casos como este, só vai ser a última vez se houver um movimento da vítima, seja de denunciar, pedir o divorcio ou qualquer outra ação que implique no afastamento total frente ao agressor.