Termo criado em 2002, pelo psiquiatra espanhol Joseba Achotegui, a síndrome de Ulisses abrange imigrantes e refugiados que estão em condição de estresse crônico e múltiplo, consequente da Emigração, voluntária ou involuntária, chamado de “luto migratório”. Tristeza, ansiedade, sensação de impotência, solidão, frustração e estresse, são algumas das sensações que corroem as pessoas que estão a vivenciar o processo de migração e consequentemente, a síndrome. Identifica-se algumas semelhanças ao transtorno depressivo, apesar de não ser considerado um quadro patológico. As razões que desencadeiam a Síndrome de Ulisses são de natureza cultural (dificuldade na integração com a nova cultura, principalmente se a língua for diferente); econômicas (ter que aprender a lhe dar com a nova realidade de trabalho, muitas vezes com condições desestimulantes e salários baixos); saúde e educação (resistir as barreiras para se ter os mesmos direitos que os residentes nacionais); legalização (dificuldades para se legalizar e beneficiar das vantagens pertinentes a quem tem os documentos do país de destino); estresse, ansiedade e depressão (o incerto é angustiante, ficar longe da família agrava o sentimento de tristeza e muitas vezes torna-se difícil não evoluir para uma depressão diante do luto migratório); identidade e pertencimento (os obstáculos para se identificar dentro da nova sociedade não é tão simples quanto parece e se sentir incluso, requer interações e uma rede de apoio, fator importante), entre outros desafios que podem se fazer presente. Após o enfrentamento de todos esses percalços, obtido resultados positivos, caso os sintomas persistam, soa um alerta para outras patologias psíquicas, devendo se ter uma investigação mais intensa. Na psicologia, em especial com a análise do comportamento e cognitivo comportamental, baseado em evidências, é comprovado a eficácia do acompanhamento nesse caminho de migração. O propósito é desenvolver habilidades de enfrentamento e potencializar a força e determinação do indivíduo que embarca na imigração.
Migrar, emigrar e imigrar
A migração se define pelo ato de transitar de um território para outro, podendo ser de natureza voluntária ou involuntária. Emigrar caracteriza-se pelo movimento de saída do país de origem, com intenção de viver noutro país temporariamente ou permanentemente. Imigrar se conceitua pela entrada noutro país para morar durante algum tempo, independente da sua estadia ter tempo determinado ou indeterminado. Os três processos acima mencionados, sejam por vontade próprio ou condições incontroláveis como, culturais, políticas, econômicas entre outras mais, indagam mudanças significativas. A psicologia tem papel crucial nesses componentes. Sua interferência no percurso de emigração até a imigração, pode ser um fator de proteção, minimizando as frustrações e evitando possíveis traumas associados ao estresse agudo.
Como identificar os sintomas psicossomáticos
A psicossomatização é de causa emocional e se define pelo acumulo de sensações desprazerosas, ocasionando sintomas físicos, podendo ser dores físicas (cabeça, costa, peito, musculares, abdominais e etc…), coceiras ou problemas de pele, problemas no sono (insónia ou sonolência, sono perturbado e etc…), problemas urológicos, gastrointestinais, disfunção do sistema imunológico, infecção urinária, candidíase, existindo muitas outras que podem acometer o indivíduo. Vale ressaltara importância de consultar um médico, para descartar a hipótese de qualquer outro tipo de problema. Quando recorremos a medicina, eles contribuem para a melhoria conforme se apresenta o quadro clínico, ou seja, receita medicação, o que não anula o problema, nem sua origem. A ingestão de ansiolíticos e/ou antidepressivos ajudam na redução de sintomas. Seu uso permanente, está sempre sob atualização a ver a necessidade de aumentar a dosagem farmacológica para que os efeitos da droga medicamentosa continuem a fazer efeito no organismo. O aumento da medicação ou uso ininterrupto acontece porque o foco do tratamento não está na raiz do conflito psíquico, mas apenas nos prejuízos. Cada um, dentro dos seus papeis, desempenham suas funções. O psiquiatra medica, a psicologia trata a demanda mental e o que está a fazer com que recorra ao médico. Desta forma, recorrer apenas a medicina, não é solução, é uma redução de sintomas momentânea, dimensionando a proliferação de sequelas.
Análise do comportamento e cognitivo comportamental
No que compete a intervenção psicoterapêutica, nos norteamos por uma abordagem. Minha prática profissional é regida pelos conceitos da análise do comportamento e cognitivo comportamental. Apesar de serem teorias distintas, ao usar as duas em conjunto é possível desenvolver planos de ação em prol da evolução do cliente. Ambas se se baseiam em evidências frente ao que sente, pensa e age. A análise comportamental tem seus estudos direcionados para as ações e suas influências do meio externo que o rodeia, ou seja, a forma como o indivíduo reage é aprendida através das interações com o ambiente. O objetivo da intervenção é fazer com que o cliente, por meio do processo de tomada de decisão consciente, desenvolva comportamentos mais saudáveis. A cognitivo comportamental, é norteada pelos pensamentos, emoções e comportamentos, pois acredita que esses estão interconectados. Seu foco é alterar os padrões de comportamentos e pensamentos que estão a causar dor. Os dois segmentos teóricos são eficazes e muito utilizadas no tratamento de transtornos de ansiedade, depressão, alimentares, estresse pós-traumático, para além de outros distúrbios psíquicos.
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A importância de não negligenciar as emoções A psicologia através de técnicas de intervenção, tem por objetivo fazer com o cliente navegue por sua mente a fim de compreender o que está por trás da consciência, consequentemente, entender emoções, pensamentos e comportamentos. Negligenciar sentimentos, angustias, pensamentos automáticos, somadas de ações prejudiciais a vida, é um ato de irresponsabilidade emocional consigo. Ou seja, perceber os sintomas ou manifestações do mesmo e tentar mascarar de formas diversas, pode apenas aumentar a gravidade do problema que se esconde. É como se você tivesse uma ferida e ao invés de tratar corretamente, apenas cobre com bandagem. A psicoterapia não vai fazer com que as pessoas passem a gerir a vida evitando conflitos, até porque se trata de uma tarefa quase impossível. As adversidades vão sempre existir. O que se busca é uma mudança pessoal, adquirindo habilidades de enfrentamento. Essa autodescoberta da pessoa capaz de conduzir sua vida de maneira saudável, vem associada ao amor-próprio e uma melhor qualidade de vida. Nos tempos atuais, percebe-se uma sociedade onde ansiedade é pertinente a todas as pessoas, desde as mais pequenas até as com mais idade. A normalização vai até certo ponto, desde que não comprometa o cotidiano e apareça em situações desafiadoras específicas em tempos curtos. No entanto, quando sua durabilidade é persistente e limita suas vivências, relações e desempenhos, considera-se sinal de alerta para buscar ajuda o quanto antes. Para além da ansiedade, existem diversas patologias, conforme está descrito no Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, DSM V. Dentre as mais comuns da atualidade na minha prática enquanto profissional, depressão, estresse pós-traumático, ansiedade generalizada, transtorno de personalidade, entre outras, tem sido as que mais se fazem presente. As razões pelas quais se manifestam as patologias podem ser por questões hereditárias ou em detrimento de acontecimentos externos, muitas vezes incontroláveis. Pessoas expostas a eventos externos e propensas a desencadear distúrbios, inicia-se a partir de um sintoma. Ao ignorar os sinais de alerta que seu corpo emite, está abrindo portas para os traumas se instalarem e evoluir para um quadro patológico. Portanto, evitar olhar para dentro de si, é um ato de autossabotagem, possibilitando lacunas para proliferação de mazelas psíquicas. Como perceber que está se autossabotando? Nos autossabotamos, quando diante de vivências dolorosas, já sabemos a resposta, mas buscamos justificativas para o que está visível. Um exemplo claro, é em situação de violência doméstica, com a crença e esperança que não acontecerá mais. Casos como este, só vai ser a última vez se houver um movimento da vítima, seja de denunciar, pedir o divorcio ou qualquer outra ação que implique no afastamento total frente ao agressor.
A importância de não negligenciar as emoções
A psicologia através de técnicas de intervenção, tem por objetivo fazer com o cliente navegue por sua mente a fim de compreender o que está por trás da consciência, consequentemente, entender emoções, pensamentos e comportamentos. Negligenciar sentimentos, angustias, pensamentos automáticos, somadas de ações prejudiciais a vida, é um ato de irresponsabilidade emocional consigo. Ou seja, perceber os sintomas ou manifestações do mesmo e tentar mascarar de formas diversas, pode apenas aumentar a gravidade do problema que se esconde. É como se você tivesse uma ferida e ao invés de tratar corretamente, apenas cobre com bandagem. A psicoterapia não vai fazer com que as pessoas passem a gerir a vida evitando conflitos, até porque se trata de uma tarefa quase impossível. As adversidades vão sempre existir. O que se busca é uma mudança pessoal, adquirindo habilidades de enfrentamento. Essa autodescoberta da pessoa capaz de conduzir sua vida de maneira saudável, vem associada ao amor-próprio e uma melhor qualidade de vida. Nos tempos atuais, percebe-se uma sociedade onde ansiedade é pertinente a todas as pessoas, desde as mais pequenas até as com mais idade. A normalização vai até certo ponto, desde que não comprometa o cotidiano e apareça em situações desafiadoras específicas em tempos curtos. No entanto, quando sua durabilidade é persistente e limita suas vivências, relações e desempenhos, considera-se sinal de alerta para buscar ajuda o quanto antes. Para além da ansiedade, existem diversas patologias, conforme está descrito no Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, DSM V. Dentre as mais comuns da atualidade na minha prática enquanto profissional, depressão, estresse pós-traumático, ansiedade generalizada, transtorno de personalidade, entre outras, tem sido as que mais se fazem presente. As razões pelas quais se manifestam as patologias podem ser por questões hereditárias ou em detrimento de acontecimentos externos, muitas vezes incontroláveis. Pessoas expostas a eventos externos e propensas a desencadear distúrbios, inicia-se a partir de um sintoma. Ao ignorar os sinais de alerta que seu corpo emite, está abrindo portas para os traumas se instalarem e evoluir para um quadro patológico. Portanto, evitar olhar para dentro de si, é um ato de autossabotagem, possibilitando lacunas para proliferação de mazelas psíquicas. Como perceber que está se autossabotando? Nos autossabotamos, quando diante de vivências dolorosas, já sabemos a resposta, mas buscamos justificativas para o que está visível. Um exemplo claro, é em situação de violência doméstica, com a crença e esperança que não acontecerá mais. Casos como este, só vai ser a última vez se houver um movimento da vítima, seja de denunciar, pedir o divorcio ou qualquer outra ação que implique no afastamento total frente ao agressor.